Não consigo começar meu dia sem um belo caneco de café com leite. Todo dia de manhã tomo um desse:
Leites vegetais são muito caros pro meu bolso, por isso prefiro fazer os meus. Gosto bastante de leite de amêndoas ou castanha de cajú. Mas, já fiz de várias coisas: amendoim, aveia, pistache, coco, avelã e até mesmo semente de abóbora. As vezes misturo tudo o que tenho aqui, a escolha depende mais dos ingredientes que tenho em mãos do que qualquer outra coisa.
Faço esse processo umas 3-4 vezes por semana.
Isso significa que: tive que encontrar maneiras de usar o resíduo que sobra, jogar fora nunca foi uma opção. Até então, aqui no blog eu só havia postado uma receita de cookie vegano com o resíduo do leite de aveia há uns mil anos atrás. As maneiras mais óbvias de aproveitar são: misturar em vitaminas, shakes, temperar para fazer pastinhas doces ou salgadas, etc. Enjoei disso tudo e precisava de algo novo.
Por isso, nesses últimos tempos, pensei em outras maneiras de usá-lo. Tenho falado muito disso no instagram.
Antes de tudo: é necessário secar o resíduo. Faço isso para aumentar a durabilidade e versatilidade.
O resíduo úmido costuma embolorar muito rápido e pode fazer as receitas darem errado pela quantidade excessiva de água.
Normalmente vou congelando até ficar uma quantidade interessante para fazer o processo apenas uma vez.
Deixo descongelar e espalho em uma camada fina na assadeira em cima de um silpat ou papel manteiga, levo em forno pré aquecido em 150-180C por 10-12 minutos. Mexo um pouco e levo por mais 10-12 minutos.
Quando as bordas começarem a ficar douradas, está bom. Deixo esfriar e verifico se está bem seco com as mãos, qualquer umidade pode fazer a farinha mofar.
Se você quiser um resultado bem fino e delicado, bata rapidamente no liquidificador ou processador. Essa farinha pode ser utilizada em qualquer receita.
Costumo usar nas minhas receitas de: energy balls, enriquecer massas de bolos, cookies, tortas ou para dar o ponto em produções que estão muito moles (como quibes, bolinhos ou hambúrgueres).
Também rende uma bela farofa temperada ou para empanar coisas.
Todo esse texto foi para chegar aqui: hoje de manhã acordei com essas barrinhas de banana vegana na mente e fui testar. Deu super certo 🙂
É bem simples de fazer e fica pronto rapidinho, acho que fiz tudo em uns 20-25 minutos.
São saudáveis, podem ser sem glúten e adoçadas apenas com banana. O rendimento é pequeno: cada receita rende umas 4 barrinhas de uns 2 dedos de largura. Recomendo fazer umas 2-3 receitas de uma vez só.
Imagino que vão rolar muitas dúvidas se pode trocar isso por aquilo. O ‘faq’ estará no final do post.
Ingredientes:
– 1 banana média madura (+/- 1/2 xícara)
– 2 colheres (sopa) de farinha de resíduo
– 2 1/2 colheres (sopa) de granola (a que usei é sem açúcar)
– Pitada de sal marinho
– 1/4 colher (chá) de canela em pó e uma pitada gengibre em pó OU 1 colher (chá) de extrato de baunilha (opcional)
Modo de preparo:
1. Pré aqueça o forno em 200C e coloque um silpat ou papel alumínio. Melhor se for em uma assadeira de lateral baixa.
2. Amasse grosseiramente a banana com um garfo e adicione todos os ingredientes. *Fiz uma receita somente com os 4 primeiros ingredientes e fiz outra adicionando canela, gengibre e hemp em pó*
3. Coloque a massa na assadeira, faça um pequeno retângulo (o meu tinha 13cm x 10cm x 0,5cm de altura).Chegamos em um ponto importante da receita: quanto mais grossa a sua massa, mais macia. Quanto mais fina a sua massa, mais crocante. Se quiser, coloque um pouco de farinha de resíduo em cima e pressione levemente para aderir bem.
4. Abaixe a temperatura para 180C. Se você fizer com um tamanho parecido com o meu: asse por 10-15 minutos. As bordas ficarão douradas e a massa ficará fosca. Deixe esfriar uns 5-7 minutos antes de tirar da forma para cortar.
5. Corte as laterais, para ficar com um acabamento bonito. Coma elas.
6. Corte o retângulo em 4 partes e deixe terminar de esfriar em uma grelha. Achei elas bem mais gostosas depois de frias.
7. Dê uma barrinha para alguém, devore tudo de uma vez que nem eu e seja feliz 🙂
8. Se você for civilizado: guarde em um pote com tampa fechado por até 03 dias.
Rendimento: 4 barrinhas.
“Chubbyyy! Meu deus do céu, socorrroooo! Eu tenho alergia, não gosto, não tenho em casa, não quero usar isso ou aquilo AAA ME AJUDAAA”
Calma! Essa parte do post é especial para essas dúvidas:
– A banana é o único ingrediente que n-ã-o pode ser modificado.
– Se você não gosta, quer ou tem granola em casa: substitua por castanhas picadinhas. Coloquei granola para dar texura. Qualquer coisa que seja crocante vai servir.
– Não consumo/não posso com glúten! Use granola sem glúten ou siga a dica acima 😉
– A farinha de resíduo pode ser substituída por farinha de aveia. Ficará um pouco mais pesado mas, vai dar certo.
– Você pode colocar qualquer especiaria que goste no lugar da canela e gengibre. Com raspas de laranja deve ficar bem interessante.
– Para mim é suficientemente doce mas, você pode adicionar algo se quiser. Recomendaria algum adoçante em pó ou em gotas (adoçante tradicional, stévia, xylitol, etc) para não modificar a textura.
– Para fazer uma gracinha e deixar mais apetitoso: passe um pouco de chocolate temperado em uma das partes da barrinha. Espere cristalizar.
– Você pode colocar sementes de gergelim, linhaça ou chia em cima da massa antes de assar.
– Acredito que esta é uma receita que é possível fazer em um desidratador. Como não tenho um, não posso afirmar. Se alguém testar, conte nos comentários para a gente 🙂
Quer aprender mais comigo? Venha fazer parte dos meus cursos veganos. A agenda completa está aqui!
As aulas são bem técnicas, dinâmicas, divertidas, algumas são práticas e sempre recheadas de dicas! Vou te explicar toda a parte teórica e química por trás das receitas para que você compreenda o que está acontecendo. Desta maneira, é muito mais fácil fazer com que as receitas funcionem corretamente e tenham a estabilidade ou textura desejada. Confeitaria vegana parece algo difícil mas: não é! Basta ter um pouco de conhecimento, prática e paciência 😉
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