Depois do desbunde que foi conhecer Amsterdam, segui a viagem para a Bélgica. Um dos motivos pelos quais eu decidi ir para lá foram: chocolates! A Bélgica é conhecida por ter bons chocolates e, para a nossa alegria: o chocolate mais consumido por lá é o meio amargo/amargo. Foi fácil encontrar opções veganas 🙂
Outras coisas super gostosas que tem na Bélgica são: cervejas, batata frita e speculoos (uma bolacha/biscoito belga mas, o que faz sucesso mesmo é o creme de speculoos. Seria quase como um “primo” do creme de avelã em relação à textura/modo de consumo).
A minha tristeza foi descobrir que boa parte da fama da batata vem pelo fato da fritura ser feita em banha. É sempre bom perguntar antes de comprar. Quanto as cervejas: o site barnivore pode te ajudar na hora da dúvida de saber se a bebida é vegana ou não.
Fica aqui o meu post com dicas de viagem vegana na Bélgica 😉
Bruxelas é bem próximo de Amsterdam: são apenas 2h de estrada. Fui de ônibus, da Sloterdijk Station até o terminal Bruxelles Nord (bruxelas norte). Viajei de flixbus, a passagem custou 11€ com uma bagagem de até 20kg (neste momento da viagem eu já estava com duas malas e não falaram nada. De qualquer forma é sempre bom ficar atento com esse detalhe). Comprei a passagem ainda no brasil para não correr o risco de ficar sem.
A viagem é rápida e tranquila. Tinha wifi no ônibus. A estrada é plana, tem vários moinhos tipicamente holandeses para ver no caminho, uma graça! Valeu muito a pena fazer esse trajeto de ônibus. Econômico e fácil.
Como é bem perto de Amsterdam, é ótimo para fazer um bate e volta caso o seu tempo seja curto (apesar que eu achei que vale muito a pena ficar uns dias na Bélgica).
Para checar as rotas em todos os países, eu usei o site rome2rio.
Ele pesquisa caminhos usando diversos meios de transporte e preços. Foi muito útil nessa viagem.
O ponto final do ônubus fica ao lado da estação gare du nord (estação norte).
É fácil pegar metrô até o centro. A linha rosa (4) e verde (3) passam pela estação Bourse, que era a mais próxima do meu hostel e do lado da Grand Place. As passagens podem ser compradas no guichê ou máquinas que tem nas estações, cada ticket custava 2€ euros e uns centavos. Você também pode ir ônibus e uber.
Fiquei chateada de ir embora de Amsterdam, foi uma experiência muito incrível em todos os aspectos possíveis.
Lembro de pensar “dificilmente a Bélgica vai me encantar depois desses últimos dias”.
Cheguei no hostel, deixei minhas coisas e fui procurar um local para comer.
Não estava achando nada que me deixasse muito animada. Fui andando até o centro e observando a cidade, achando tudo meio sem vida. Vi umas luzes roxas iluminando algumas coisas que pareciam douradas, isso prendeu minha atenção. Fui seguindo em direção à essas luzes.
Quando cheguei no local: era a Grand Place, o cartão postal de Bruxelas. A praça é considerada por muitos a praça mais linda da Europa. A arquitetura é maravilhosa, deslumbrante mesmo!
A arquitetura da Grand Place é linda demais!
Dai para frente a Bélgica me ganhou e voltei a aproveitar a viagem ♡
Bruxelas é uma cidade muuuito pequenina mas, com muita coisa para ver.
Me arrependi de ter separado apenas um dia inteiro para a cidade (minha estadia na Bélgica foi bem curta, apenas 3 dias). Todos os roteiros que li falavam que 1 dia era o suficiente. Para conhecer Bruxelas com calma, acredito que são necessários 2-3 dias. Principalmente se você gosta de artes e cervejas.
Na minha opinião, a parada obrigatória é a Grand Place!
Além da massagem mental pela beleza das construções: tem museus, muitos restaurantes, chocolaterias, lojas de souvenir e a prefeitura que é linda! Gostei bastante que a noite luzes são acesas e cada dia é uma cor diferente 🙂
O manneken pis é o símbolo da cidade e que não pode passar desapercebido.
Afinal: é um pequeno (pequeno MESMO) menino urinando. O monumento é tão querido que ele tem muitas roupas diferentes (há um museu com as roupas dele na Grand Place). No dia que fui, ele estava com uma roupa azul. Dizem que em datas especiais, a água da fonte é trocada por cerveja haha
Nesta região tem muitas lojas de gaufre de liege (waffle de liege). Infelizmente não encontrei nenhuma opção vegana.
Manneken Pis
Próximo aos bares da Delirium: é possível encontrar a Jeanneke Pis. A versão feminina do manneken pis. Eu ri muito quando a vi, não sabia da existência dela hahaha
Bem pertinho está a Galerie du Roi: uma galeria linda, pomposa e muito cara. Tem algumas lojas de chocolate/confeitarias lindas, cheias de classe que enchem os olhos (não vale a pena comprar nada por ali, é realmente tudo muito caro).
Quando fiz o free walking tour (já falei sobre o assunto nos posts da Irlanda, Escócia e Amsterdam) fui apresentada à vários fatos curiosos da Bélgica que eu não sabia:
1) O sistema lá é de monarquia e praticamente ninguém sabe nada sobre o atual rei.
2) As aventuras de Timtim e Smurfs foram criados na Bélgica (timtim era um dos meus desenhos preferidos na infância). Há muitos grafites sensacionais espalhados por Bruxelas, vale muito a pena andar sem rumo e observá-los. Também tem uma rota de 33 murais do Timtim espalhados pela cidade, se você é fã vale a pena dar uma pesquisada.
3) A bandeira Belga pode ter listras horizontais ou verticais, ambas as bandeiras estão corretas. Durante a minha visita, vi as duas.
4) Carl Max e Victor Hugo moraram na Bélgica por um tempo, em uma das construções da Grand Place, e foram expulsos de lá.
5) Quando a bandeira da Bélgica está no topo do Palácio real, significa que o rei está na cidade.
6) Na Bélgica se fala francês, flemish (neerlandês) e alemão.
7) O humor belga é ótimo!
Vale a pena ir conhecer a Catedral de São Miguel e Santa Gudula, lembra muito da Catedral de Notre-Dame de Paris. Quando fui não paguei nada para entrar mas, vi alguns relatos falando que se paga um valor simbólico de 1€. Não vi nada de especial lá dentro.
Também vale a pena ir no Palais Royal de Bruxelles (palácio real de bruxelas) e Parc de Bruxelles (parque de bruxelas). Se você for visitar entre os meses de verão, algumas salas do palácio estão abertas para visita! O parque é bem calmo e tranquilo, andando por lá você vai ver algumas estátuas.
O último local que consegui conhecer nessa rápida visita foi o Jardim Mont des Arts. É um local bem bonito e com muitas flores. Descobri somente depois que a noite ele fica iluminado! Com certeza deve vale a pena ir ver 🙂
Além de todos esses locais que comentei acima, tem mais alguns pontos clássicos para conhecer em Bruxelas: Parque Heysel, onde está o Atomium, Parque Mini-Europe, os museus e as cervejarias.
Não sou fã de cervejas. Nunca consegui beber mais do que um gole. Não pesquisei nada sobre o assunto para incluir no roteiro. Logo na primeira noite, conheci um sommelier e conversamos muito sobre comida e bebidas:
“Provavelmente você não aprecia cerveja ainda porque não encontrou a sua.
Maaaaaaas: você está no lugar certo e com a pessoa certa para aprender a gostar de cerveja!”
Ele me apresentou a kriek, uma cerveja de cereja que harmoniza com chocolate. Foi a primeira que eu gostei na minha vida e bebi alguns copos. Isso foi quase uma vitória pessoal, sério. Sempre foi um sonho meu encontrar uma cerveja que eu gostasse. A kriek é doce, rosa, tem gosto de cereja, aftertaste de cerveja clara e combina com chocolate amargo (fizemos a harmonização com um chocolate 60%).
Tem algumas breweries centenárias na cidade.
Algumas fazem a kriek com fermentação selvagem e a fruta in natura. A minha preferida foi a kriek da Á la Mort Subite. Fiquei louca de vontade de ir conhecer mas, infelizmente não deu tempo. Ele também me recomendou ir conhecer a: Cantillon. Também tem os bares da Delirium (cheguei a entrar mas, estava muito cheio e fui embora).
Nesses dois últimos não sei dizer se tem cervejas veganas, é só pesquisar o nome da que você gostaria de experimentar no barnivore. De qualquer forma, tem muitas outras cervejarias na cidade para conhecer e se divertir.
Kriek Mort Subite, que saudade!
Um local que fui visitar por um acaso, é um pub que fica em uma viela escondida chamado Au Vieux du Bon Temps. A experiência de ir nesse local é como entrar em uma máquina do tempo: parece uma taverna medieval. O balcão é todo de madeira e tem apenas uma pessoa atendendo as poucas mesas do local. É considerado o pub mais antigo da Bélgica.
No dia que fomos conhecemos a bartender: uma moça com cara fechada mas, muito simpática e divertida. Sentamos no balcão e conversamos bastante com ela. Fomos tarde e tinha apenas alguns locais no pub. Foi bem tranquilo e sem aquele mundaréu de pessoas que tinham nos outros bares. Posteriormente descobri que demos sorte porque ali fica lotado.
O objetivo era encontrar a Westvleteren (vegan frienldy), considerada a melhor cerveja do mundo (2017). Uma garrafa é bem cara, lembro que foi em torno de 13€. Pediram a versão escura, achei forte e encorpada. Quem realmente aprecia cerveja, tenho certeza que vai amar!
Westvleteren
Saímos de lá meio bêbados e imaginando quantas coisas já devem ter acontecido por ali. É um lugar bem especial que vale a pena ir com calma para apreciar. Se eu voltar para Bruxelas, separo uma noite inteira para ficar lá com toda certeza! Por último: em bruxelas foi realmente fácil de conhecer pessoas pela cidade ou no hostel. Isso tornou o destino bem interessante para ir sozinho(a). Deve ser o clima boêmio da cidade 🙂
Também vale muito à pena reservar um dia para conhecer Ghent e outro dia para Brugges, uma das cidades mais lindinhas da europa!
Ghent
Brugges
No geral: os locais na Bélgica são bem pequenos, dá para fazer tudo tranquilamente à pé. Bruxellas tem metrô mas, sempre prefiro andar para poder conhecer todos os cantinhos das cidades 🙂
Para ir visitar Ghent, Brugges ou Antuérpia é necessário pegar trem caso você não esteja de carro. Em Bruxellas são duas estações: Bruxelles-Nord e Bruxelles-Midi. É super fácil usar os trens.
As placas estão todas escritas em Francês e Alemão (ou Flamish), se não me engano. Por isso, achei mais fácil de me localizar com as plataformas usando o google maps ou perguntando nos balcões. Os tickets eu comprei nas máquinas da estação. Atenção: quando fui, essas máquinas só aceitavam cartão de crédito.
Se você é perdido e tem uma memória curta que nem eu, compre um chip pro celular e use o google maps como se não houvesse o amanhã. O maps funciona excepcionalmente bem na Bélgica e você chegará com facilidade onde quiser.
Comprei o chip de 20€ da three. em Dublin.
Internet 3G/4G ilimitada na Irlanda ou 5G de dados no resto da europa com bastante tempo de ligação e sms. Usei este mesmo chip para acessar a internet em 4 países diferentes. Só na Itália que o sinal era meio ruim.
Setembro já é início do outono europeu, o clima era ameno durante o dia e a noite fazia um friozinho caprichado. Não cheguei a pegar chuva na Bélgica… A minha dica para lidar com o clima é: beba algumas cervejas que você não irá sentir nada! hahaha
Me hospedei no Hotel Meininger Brussel City Center. Foi bem tranquilo chegar andando até o hostel do metrô. No geral: gostei muito do hostel, tudo era limpo, os colegdas de quarto eram receptivos e festeiros, convites para ir em festas ou bares não faltaram! Foi bem fácil mesmo de conhecer pessoas. Fiquei em quarto compartilhado com homens e mulheres, não tive problema algum.
Caso você prefira ficar em outros locais, normalmente pesquiso no Hostelworld, Agoda, Airbnb ou Booking. Os reviews dos sites são bons e confiáveis.
Tentei utilizar o Couchsurfing mas, infelizmente procurei muito em cima da hora… Quero muito fazer couch novamente 🙂
O veganismo na Bélgica é algo um pouco complicado… Não é fácil de encontrar opções e/ou restaurantes (não sei se isso mudou desde que fui para lá). Na Bélgica eu acabei comendo mais no hostel mesmo, comprava algumas saladas ou comia algumas besteiras mesmo. Sem contar as vezes que eu preferi trocar comida por algumas cervejas ¯\_(ツ)_/¯
Sim, isso mesmo! Para quem não sabe: a carrefour é uma rede de supermercados francesa e também está presente na Bélgica. No geral são mini-markets ou mercados. Dá para encontrar o de sempre: frutas, legumes, cereais, chocolates (muitos chocolates) e um monte de cerveja (as vezes é mais barato do que comprar nas lojas de cerveja mesmo, vale a pena dar uma pesquisadinha, afinal: com o atual valor do euro, qualquer economia é bem vinda rs).
De produtos veganos, não vi nenhuma novidade… Tinha o de sempre: alguns queijos vegetais, “carnes” vegetais, alguns congelados. Várias vezes comi as saladas que vendem prontas nesses mercados, o valor delas era entre 4€ – 5€.
A maior dica aqui é: tente ir nos mercados maiores, os preços são melhores.
Endereço: vários, dê uma olhada no google maps qual está mais próximo de você.
Como comentei ali em cima: (quando fui) na Bélgica, o veganismo é (era) meio complicado. Dei uma olhadinha no Happy Cow mas, lembro que nada me chamou muita atenção. Por isso, pedi dicas para os seguidores no instagram e recebi algumas indicações.
Me recomendaram o MoonFood Café e, por um acaso, vi um food-truck itinerante da rede Loving Hut (a rede também tem franquias em São Paulo, já fiz um review da unidade da Vila Mariana 😉 ).
O restaurante é vegano, orgânico e quase todo raw.
Já que o forte da casa são as coisas raw: decidi provar somente estas opções.
Provei o wrap, a “pizza”, sushi, saladinhas, hummus e lasagne (especialidade da casa).
A comida é ok, estilo self-service e o ambiente é relaxante e aconchegante. O wrap eu não gostei muito, o “pão” era muito amargo (não consegui comer tudo) e o recheio era sem graça, além disso, o recheio fazia o sabor do pão ficar mais evidente ainda (ou seja, amargava mais). A lasagne não tinha esse perfil amargo mas, também não era nada demais. Mas, destaque especial pro sushi: um dos melhores que comi, lembro dele até hoje! #saudades
Se você está sentindo a necessidade de comer algo leve, vale a visita (que era o meu caso). Mas, prepare o bolso: achei o restaurante caro.
Atenção: não abre aos finais de semana.
Endereço: Rue des Colonies 58, 1000 Bruxellas
Dias/horários: segunda à sexta: 12pm – 08pm / sábado – domingo: fechado.
Preço: 15,50€ prato da foto (ps: cada unidade do sushi custava 0,90€) + kombuchá
Não consegui provar nada deles mas, se seguir o padrão da unidade que tem em São paulo, com certeza vale a pena! Sei da existência deles porque encontrei o food truck perto do hostel. Fica a dica desta opção para quem for visitar Bruxellas 🙂
Endereço: cada dia é em um local diferente, dê uma olhadinha na página do facebook deles para saber a localização correta.
Dias/horários: Segunda à quarta: 12pm – 2h30pm / Quinta: 12pm – 1h30pm, 4h30pm 9pm / Sexta: 12pm – 2pm, 4pm – 9pm
Preço: –
Andando pela cidade vi a Laurent Gerbaud, a loja era linda e resolvi entrar.
Descobri que 4 sabores (cranberry, coco, amêndoas e gengibre) eram veganos. O de coco é mais amargo, os outros são mais doces. Achei bem interessante a diferença de texturas de cada ganache usada como recheio. Foi uma pequena fortuna 100g dos chocolates mas, achei que valeu bastante a pena! São muito bons 🙂
Ps: não encontrei nenhuma loja que os chocolates não contém traços de lactose.
Endereço: Rue Ravenstein 2D, 1000 Bruxellas, Bélgica
Dias/horários: Segunda à domingo: 10h30am – 19h30 pm
Preço: 9€ cada 100g
Quem tiver mais dicas dicas e/ou atualizações dos locais visitados e puder deixar nos comentários, agradeço muito!
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As aulas são bem técnicas, dinâmicas, divertidas e recheadas de dicas! A agenda completa está aqui 😉
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